Palavra do Presidente da FCDL-RS
Provavelmente está claro para o leitor que a maior parte da imprensa brasileira privilegia a linha de suas convicções políticas ao invés da consistência e veracidade das informações que produzem notícias. Há poucos dias o IBGE divulgou o resultado final do PIB brasileiro de 2019, registrando crescimento de 1,1%.
De posse desta informação, os analistas econômicos vinculados aos meios de comunicação mais lidos do país não pouparam críticas à atual gestão do governo federal, apelidando o resultado em questão de “pibinho”, a exemplo do que foi feito na gestão do ex-presidente Michel Temer. Em nenhuma destas análises foi mencionada a situação de bancarrota na qual o país foi entregue à atual equipe de governo, com um déficit público de R$ 120 bilhões (em 2018), o qual já foi reduzido em 20,75% em 2019. Também não foi considerado que a economia não reage instantaneamente as medidas em favor do desenvolvimento.
A queda da SELIC, por exemplo, só repercute efetivamente no setor produtivo após pelo menos 6 meses de vigência. Feliz é a comparação de que a aceleração do crescimento brasileiro tende a funcionar tal qual um transatlântico saindo do porto: inicia lentamente e vai pegando rapidez aos poucos, até atingir a velocidade de cruzeiro.
E este tipo de movimento progressivo e consistente está muito claro quando analisamos o PIB brasileiro sob a ótica trimestral: no primeiro trimestre de 2019 o crescimento foi de 0,6% frente ao mesmo período do ano anterior; passou para 1,1% no segundo trimestre; 1,2% no terceiro; e 1,7% no quarto trimestre, comprovando uma rota ininterruptamente crescente.
Estranhamos também que este último resultado (1,7% no quarto trimestre) não tenha sido destacado como sendo a segunda melhor performance do PIB brasileiro (perdendo apenas para o 4º trimestre de 2017) desde o primeiro trimestre de 2014, logo antes de o país ingressar na sua mais longa e intensa recessão. Os números, então, são bastante claros no sentido de mostrar uma melhoria continuada na performance econômica brasileira.
É claro o que este resultado animador está parcialmente sendo eclipsado pelas turbulências ocasionadas pelo avanço do coronavírus. Entretanto, não podemos deixar de ficar alertas em relação aos riscos de uma pandemia. Não há evidência alguma de que a doença em questão seja tão ameaçadora como apregoam os mais sensacionalistas.
Temos a convicção de que em mais algumas semanas a situação tenderá a se normalizar, dando espaço para mais notícias positivas a respeito da economia do Brasil. Isso se elas não forem um enigma e varridas para debaixo do tapete pela grande imprensa.
Nos manteremos alertas.
Vitor Augusto Koch
Presidente da FCDL-RS