Palavra do Presidente
Já há várias semanas estamos apontando insistentemente os equívocos do governo do Rio Grande do Sul e de vários municípios gaúchos na determinação de impedir o funcionamento do comércio como forma de conter a expansão da epidemia do Coronavírus.
Sabemos da preocupação dos políticos com o povo. Em tese, separar as pessoas por semanas a fio teria o poder de matar o vírus em poucos contaminados, impedindo a sua disseminação.
E porque isto não aconteceu?
Parece que a resposta é simples. Fecharam o comércio, porém mantiveram praças, parques e transportes coletivos lotados. Mais ainda: nos centros urbanos, grande parte das pessoas vivem em locais pequenos e lotados.
Com a chegada do frio, a primeira proteção é a diminuição da ventilação das residências e consequentemente o aumento da taxa de contaminação.
Então, estão fechando o comércio, onde se mantém o distanciamento, se impõe o uso de máscaras e se oferece álcool em gel para uso; enquanto as autoridades incentivam o “isolamento lotado de gente”.
Na prática, os tais protocolos de isolamento parecem estar impulsionando a contaminação, ao mesmo tempo em que destroem a base econômica de nosso Estado.
O desemprego causado pelo fechamento das atividades econômicas já deixou o campo da teoria e se materializa na multiplicação de cidadãos pedindo comida nas ruas. É de conhecimento de que a desnutrição é a porta de entrada de várias doenças físicas e sociais.
Fazia tempo que não se ouvia falar de que a cachaça alivia a sensação de fome. Esta conversa voltou a circular nas ruas e não é preciso ter conhecimento científico para saber as consequências coletivas disto.
Quem aguardava pelo pior, não precisa mais esperar. O pior já chegou. E só vai piorar ainda mais, se estas medidas equivocadas não forem imediatamente revertidas.
Senhor Governador e Senhores Prefeitos: tenham o bom senso de parar de culpar os setores produtivos pela disseminação da COVID-19 e priorizar suas ações no aumento da estrutura de saúde e controle de aglomerações em espaços públicos.
A história será implacável no julgamento dos seus atos.
VITOR AUGUSTO KOCH
PRESIDENTE DA FCDL-RS