A necessária revisão da classificação das bandeiras do distanciamento controlado

15 de junho de 2020
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Palavra do Presidente da FCDL- RS

 

A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul – FCDL-RS manifesta sua preocupação com as novas medidas que restringem a atividade do comércio em várias cidades do Estado, incluídas nas regiões classificadas com bandeira vermelha no modelo de distanciamento controlado adotado pelo governo estadual.

Desde as primeiras ações implementadas no Rio Grande do Sul para evitar a disseminação da Covid-19, a FCDL-RS buscou contemplar as questões de saúde com a sobrevivência econômica do varejo gaúcho. 

A primeira medida que determinou o fechamento dos estabelecimentos comerciais por quase 60 dias, entre os meses de março e abril, foi extremamente danosa para milhares de empreendimentos varejistas, em especial as micro e pequenas empresas do setor. No período em questão, a atividade lojista, afora exceções legais, teve estancada a dinâmica mais importante em qualquer economia, de gerar empregos e, consequentemente, renda. São inúmeros os relatos de empresários que tiveram que fechar seus negócios definitivamente em função do não exercício de sua atividade por quase 60 dias. 

As flexibilizações colocadas em prática pelo governo estadual há pouco mais de um mês, deram uma esperança aos lojistas do Rio Grande do Sul de que poderiam exercer sua atividade, respeitando todos os protocolos de saúde, de higiene e de distanciamento determinados pelas autoridades. E a FCDL-RS foi sempre incisiva em orientar os lojistas a obedecerem essas medidas preventivas contra a contaminação pela Covid-19. 

Importante colocar que os lojistas gaúchos, quando foi viabilizada a a reabertura da atividade comercial, de pronto tomaram todas as medidas exigidas pelas autoridades para poderem voltar a trabalhar. Grande parte desses empresários tiveram custos elevados extras para se adaptar as medidas determinadas e estavam, desde então, trabalhando dentro dos regramentos estabelecidos, buscando recuperar os graves prejuízos que tiveram ao longo do período em que estiveram com as portas fechadas. 

Desta forma, seguindo como parceira incondicional da saúde pública e representante maior dos anseios dos lojistas gaúchos, a FCDL-RS, respeitosamente, solicita ao Governador do Estado que ele reveja as restrições implementadas aos municípios inseridos nas regiões classificadas com bandeira vermelha no último sábado (13/06). Muitas cidades que estão incluídas nessa sistemática registram poucos casos da enfermidade e acabam vendo o seu sustento econômico se consumir pela proibição do exercício da atividade do comércio, que, na maioria delas, representa o maior fator de geração de emprego e de renda. 

O Rio Grande do Sul conta com 95 mil empreendimentos lojistas (RAIS 2018) que empregam diretamente 511 mil trabalhadores. Deste total de estabelecimentos, 87,5% empregam até 9 funcionários, sendo majoritariamente pequenas empresas familiares, com capital de giro extremamente limitado e incapazes de sobreviver mais do que alguns dias na inatividade.

Com o novo fechamento das lojas, é, mais uma vez, desativada uma complexa e enorme cadeia produtiva, o que envolve os setores de logística, serviços, setor público e indústria, que mesmo com permissão para funcionamento, acaba ficando inativa por conta da inexistência de pedidos por parte do varejo.

Por estes motivos, voltamos a solicitar ao Exmo. Sr. Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que ele reveja os critérios que determinaram a classificação com bandeira vermelha nas quatro regiões do Estado, afetando diretamente 116 municípios, milhares de empreendimentos comerciais, milhares de pessoas e gerando um impacto negativo ainda maior do que já podemos observar, atualmente, na economia estadual. 

Não vemos o comércio, com todas as medidas preventivas adotadas pelos lojistas, estejam eles em shopping centers, centros comerciais ou lojas de rua, como um propulsor da disseminação da Covid-19. Pelo contrário, observamos que o comércio, de forma ordeira e respeitosa, têm buscado todos os meios para preservar a saúde e a vida de colaboradores, consumidores e da população gaúcha em geral.

Precisamos combater a Covid-19, mas precisamos, também, evitar que os efeitos negativos gerados por esta ação, como desemprego, falta de renda e outras mazelas que isso causa, sejam ainda mais maléficos para a população gaúcha

 

Vitor Augusto Koch

Presidente da FCDL-RS

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