A sexta-feira começa de forma otimista para os mercados globais, que registram altas generalizadas por toda a Ásia, estendendo-as para os futuros de ações dos EUA e os recém abertos mercados da Europa, impulsionados por ganhos corporativos robustos e pela decisão da China de afrouxar as restrições aos empréstimos imobiliários em alguns de seus maiores bancos.
As ações japonesas foram destaque de alta no continente asiático em meio a uma queda do iene, enquanto Hong Kong e China avançaram, após o melhor fechamento do S&P 500 desde março. Os resultados divulgados pelos principais bancos de Wall Street superaram as estimativas, os preços ao produtor dos EUA avançaram no ritmo mais lento este ano e os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram, fomentando uma nova onda de otimismo para os investidores estrangeiros.
A China está reduzindo as restrições às hipotecas à medida que aumentam as preocupações com o contágio da crise da dívida do China Evergrande Group. O banco central do país entrou mais uma vez “em campo” para manter a liquidez do sistema financeiro nos atuais níveis.
Lucros sólidos na temporada de balanços estão diminuindo os temores de que o crescimento irá diminuir com a crise energética global e os problemas na cadeia de suprimentos que podem alimentar novas pressões inflacionárias.
Nos últimos comentários do Fed, o presidente de St. Louis, James Bullard, disse que há 50% de chance de que as pressões sobre os preços persistam. Os líderes corporativos veem riscos semelhantes: o CEO do Bank of America Corp., Brian Moynihan, juntou-se a nomes como James Gorman, CEO do Morgan Stanley, e John Waldron, do Goldman Sachs Group, na previsão de que a inflação se mostrará longe de ser transitória.
Entre as commodities, o petróleo bruto se dirige para o oitavo ganho semanal, o maior rali de alta desde 2015. Os metais básicos dispararam, com as fundições europeias como as últimas vítimas na crise global de energia. Um medidor de seis metais industriais atingiu um recorde na Bolsa de Metais de Londres.
Por aqui, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai determinar ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, a reversão da bandeira “escassez hídrica”, taxa adicional cobrada sobre a conta de luz dos brasileiros.
“Dói a gente autorizar o ministro Bento decretar bandeira vermelha, dói no coração, sabemos as dificuldades da energia elétrica. Vou pedir para ele… Pedir, não, determinar a ele que volte à bandeira normal a partir do mês que vem”, disse o chefe do Executivo no evento Conferência Global 2021 – Millenium, organizado por evangélicos.
A bandeira escassez hídrica foi anunciada pelo governo em 31 de agosto como forma de financiar o acionamento de usinas térmicas em meio à crise hídrica, que compromete os reservatórios. “Deus nos ajudou agora com chuva, estávamos na iminência de um colapso. Não podíamos transmitir pânico à sociedade”, disse o presidente, no evento, sobre a situação.
Fonte: Morning Call XP