As ações da Ásia e os futuros dos EUA operam sem direção única, diante da proximidade iminente do início da redução de estímulo pelo Federal Reserve e um novo avanço dos preços de ativos ligados à energia, que seguem alimentando as preocupações com a inflação.
O índice MSCI de ações da Ásia-Pacífico se encaminha para o terceiro dia de ganhos. A Austrália foi o destaque negativo da região juntamente com o Japão, enquanto as ações em Hong Kong e na China avançaram, lideradas pelo setor imobiliário, depois que o banco central da China disse que trabalhará para salvaguardar o desenvolvimento “saudável” do mercado imobiliário em meio à crise do Grupo Evergrande da China.
Os futuros europeus operam igualmente sem direção única.
O rendimento de referência dos títulos de 10 anos dos EUA chegou a 1,5%, o nível mais alto desde junho, e o rendimento de dois anos atingiu uma alta de 18 meses, com os investidores cada vez mais comprados na perspectiva de o Fed cortar seus $ 120 bilhões em compras mensais de ativos em breve.
O petróleo avança à medida que os temores de uma crise energética global se intensifica. O Brent, referência para a Petrobras, atingiu US $ 80 o barril pela primeira vez desde outubro de 2018. O petróleo WTI subiu acima de US $ 76 o barril. O Goldman Sachs Group Inc. disse que o Brent pode atingir US $ 90 no final do ano, já que o mercado está com um déficit maior do que muitos imaginam.
O presidente do Fed, Jerome Powell, disse na segunda-feira que o teste de inflação para reduzir a compra de títulos foi cumprido, enquanto o teste de emprego “está praticamente cumprido”. O representante do Fed, Lael Brainard, disse separadamente que o mercado de trabalho pode em breve atingir seu padrão para reduzir as compras de ativos, enquanto o presidente do Fed de Nova York, John Williams, observou que moderar a compra de títulos é mesmo um tendência para o curto prazo.
Os investidores também estarão de olho nos eventos em Washington, onde os republicanos do Senado bloquearam um projeto de lei que suspenderia o teto da dívida até dezembro de 2022.
Por aqui, beneficiadas por alguns efeitos da covid-19 sobre a economia, as exportações brasileiras, com destaque para as vendas de soja e minério de ferro para a China, estão batendo recorde em 2021, mas uma parte dos bilhões de dólares levantados pelos exportadores está ficando no exterior, indicam os dados de fluxo cambial e da balança comercial.
As exportações somam US$ 260,6 bilhões no acumulado em 12 meses até agosto na balança comercial, maior valor na série histórica iniciada em 1995. O fluxo cambial em operações de exportação soma US$ 214,4 bilhões, no mesmo período. Essa diferença, de US$ 46,2 bilhões a mais para o valor registrado na balança, está no maior nível desde 1995, em recordes que vêm sendo renovados desde abril, mostra uma compilação dos dados do Ministério da Economia e do Banco Central (BC) feita pelo pesquisador Armando Castelar, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas.
Os valores da balança comercial são registrados quando os produtos são embarcados para o exterior. Já o BC registra as operações de câmbio que internalizam no País o pagamento pelas exportações. O fato de os valores vendidos para fora estarem acima dos valores do fluxo cambial sugere que parte dos pagamentos aos exportadores está ficando no exterior.
Fonte: Morning Call XP