Economia (06/10): alta do petróleo e gás derruba bolsas, aumentando temor de nova onda inflacionária

6 de outubro de 2021
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A quarta-feira (06/10) começou novamente com perdas para os mercados globais: os futuros de ações dos EUA e os recém abertos mercados da Europa, vão acompanhando as quedas verificadas nas principais bolsas da Ásia, à medida que os rendimentos do Tesouro americano aumentaram em meio a um aumento nos custos de energia, que está alimentando uma nova onda de pressões inflacionárias.

O índice Ásia-Pacífico da MSCI recuou pela quarta sessão, contrastando com os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 e 30 anos, que alcançaram seus maiores níveis desde junho. A atividade do setor de serviços dos EUA tem mostrado uma recuperação mais rápida do que o esperado e as pressões de preço dos custos crescentes de petróleo e gás natural estão contribuindo para uma redução na compra de títulos do Federal Reserve.

Os investidores aguardam também pelos dados do payroll na sexta-feira para mais pistas sobre as perspectivas da política do Fed. Na Nova Zelândia, o banco central aumentou as taxas de juros pela primeira vez em sete anos.

A volatilidade aumentou nos mercados à medida que os investidores se preparam para uma recuperação mais lenta, mas ainda robusta e um aperto gradual da política monetária para conter o custo de vida. O impasse político dos EUA sobre o teto da dívida do país e a agenda econômica do presidente Joe Biden também estão contribuindo para o ambiente de incertezas.

Enquanto isso, o petróleo bruto se estabilizou perto de sua maior alta em sete anos e o Bitcoin subiu além da marca de $ 51.000. De volta à Ásia, as preocupações com o altamente alavancado setor imobiliário da China continuam a pesar sobre os investidores. Os mercados do país seguem fechados por conta do feriado, reabrindo apenas na sexta-feira.

Por aqui, numa vitória para a agenda de reformas do governo Bolsonaro, o Senado aprovou nesta quarta-feira, em votação simbólica o projeto que cria um novo Marco Legal das Ferrovias para o Brasil. O principal avanço do texto é liberar um novo regime ferroviário no País, chamado de autorização. Nele, novos traçados são construídos exclusivamente pelo interesse da iniciativa privada, sem licitação. Muito comum em países como Estados Unidos e Canadá, o modelo nasce para atender demandas específicas de transporte de cargas, identificadas pelos próprios produtores e empresas.

Com fardo regulatório mais leve, esse regime é baseado nos princípios da livre concorrência e da liberdade de preços – ou seja, sem intervenção do poder público na definição das tarifas de transporte.

No Senado desde 2018, o projeto do novo Marco Legal teve os trâmites de votação acelerados após o governo Bolsonaro editar uma medida provisória com conteúdo similar ao do PL. Como o movimento do Planalto irritou os senadores, um acordo prevê que o Congresso deixe a MP perder a validade após seu prazo de 120 dias. Ao fim, o que deve valer é o texto do Legislativo, que ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados. No Senado, a proposta foi relatada pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN).

Fonte: Morning Call XP

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