Economia (22/10): mercados do exterior se encaminham para terceiro avanço semanal enquanto risco fiscal segue dando a tônica no mercado doméstico

22 de outubro de 2021
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Os mercados do exterior operam estáveis nesta sexta-feira após um relatório reduzir os riscos de default do China Evergrande Group, o que serviu para aliviar parte da tensões no continente asiático.

As altas nas ações dos setores de tecnologia e imobiliário foram destaque na China, mesmo com seu principal índice, o Xangai Composite encerrando a sessão com uma queda moderada. A mídia chinesa disse que Evergrande quitou parte dos títulos de dívida que venciam no fim desta semana, diminuindo as preocupações sobre o possível efeito dominó para o setor imobiliário no país.

Na sessão de ontem, o S&P 500 atingiu novamente sua máxima histórica, mas o clima piorou após o encerramento da sessão, quando a Snap Inc. – dona do aplicativo Snapchat – revisou para baixo sua perspectiva de lucros, prejudicando outras ações de tecnologia no final do pregão.

Os estoques globais se encaminham para um terceiro avanço semanal, ajudados pela recuperação global e a diminuição dos riscos impostos pela pandemia. A alta está sendo contida pela perspectiva de um aperto mais rápido do que o esperado da política monetária para conter a inflação, que está sendo alimentada pela crise energética e pelo desabastecimento em importantes cadeias de suprimentos.

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que não acredita que haja votos democratas suficientes para aumentar as taxas de impostos, mas que acredita que chegará a um acordo sobre o pacote legislativo de forma geral. Um funcionário da Casa Branca disse que Biden estava se referindo apenas aos aumentos das taxas de impostos corporativos.

Por aqui, o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, reuniu sua equipe e principais auxiliares, poucos minutos antes do anúncio de seu pedido de exoneração, e avisou que não havia mais condições de continuar no cargo. “Foi uma questão de princípio”, disse Funchal a interlocutores, segundo apurou o Estadão.

Ainda em Brasília, horas depois de o governo fazer um acordo para mudar o teto de gastos e liberar mais R$ 83,6 bilhões para gastos em 2022, em ano eleitoral, a comissão especial responsável por analisar a MP dos Precatórios, aprovou o texto que propõe mudanças no teto dos gastos. O texto segue agora para o plenário da Câmara, onde precisa ser aprovada em dois turnos por 308 deputados.

O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, uma das principais lideranças do movimento de caminhoneiros do País, criticou duramente as declarações feitas nesta quinta-feira, 21, pelo presidente Jair Bolsonaro, de criar um “benefício” de R$ 400 por mês aos caminhoneiros, para compensar o aumento do diesel.

“Eu acho que foi uma piada que ele (Bolsonaro) fez… ou será de verdade? Isso é uma piada de mau gosto. O caminhoneiro não quer esmola, quer dignidade, quer os compromissos que foram assumidos e que até hoje não saíram do papel”, disse Landim, conhecido entre os caminhoneiros como “Chorão”.

Wallace Landim tem trânsito dentro do governo e esteve presente em diversas reuniões com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, para tratar de medidas voltadas à categoria. O relacionamento institucional ocorreu durante um bom período e o governo, em outros momentos, conseguiu debelar movimentos de greve no setor. Agora, o tom é outro.

“Queremos algo concreto, não cortina de fumaça. A classe já deu 15 dias para o governo trazer algo concreto, mas isso não veio. Agradecemos pela piada do presidente, mas estamos num trabalho de unificação das pautas da categoria e a paralisação para o dia 1 de novembro está mantida, seguimos com a mobilização”, comentou.

 

Fonte: Morning Call XP

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