As ações asiáticas fecharam a sessão desta quarta-feira (20/10) de forma mista, com os investidores de olho nos lucros das empresas que já reportaram seus balanços do 3T, além dos riscos de pressões inflacionárias que seguirão no radar ao menos até o final do ano.
A recuperação de empresas de tecnologia chinesas como a Alibaba Group reforçou a esperança de que o grosso da intervenção de Pequim às empresas do setor já tenha passado. Ainda assim, as ações caíram na China, onde o banco central aumentou a liquidez de curto prazo, mantendo as taxas básicas de empréstimos estáveis, além de definir uma taxa de referência em iuan mais fraca do que o esperado, em um sinal de desconforto com a força de sua moeda.
Os futuros dos EUA e os recém abertos mercados da Europa operam no negativo, porém muito próximos da estabilidade. O S&P 500 fechou perto de um novo recorde, com os investidores pesando o impacto de lucros corporativo consistentes contra os problemas da cadeia de suprimentos e preços mais altos das commodities.
O Bitcoin segue em valorização após a estreia do primeiro fundo negociado em bolsa vinculado à moeda digital estrear nos EUA.
A temporada de balanços tirou dos holofotes algumas preocupações sobre uma desaceleração da recuperação econômica no cenário de pós pandemia, arrefecendo também parte das pressões de preços alimentadas pelos custos de energia e redução do apoio do banco central.
Enquanto isso, o progresso na agenda econômica do presidente Joe Biden parece estar mais próximo depois que os democratas do Congresso avançaram na quebra de um impasse sobre o pacote de impostos e gastos na ordem dos trilhões de dólares.
Por aqui, a possibilidade de o governo utilizar recursos fora do teto de gastos para bancar parte do Auxílio Brasil pegou os investidores de surpresa nesta terça-feira, 19, e fez as ações listadas na Bolsa brasileira (B3) amargarem uma perda de R$ 152,1 bilhões em valor de mercado. Os dados são da consultoria Economatica.
A empresa que teve a maior perda em valor de mercado é a Petrobras, com uma redução de R$ 17,89 bilhões. As ações ordinárias e preferenciais da companhia recuaram 4,37% e 4,89% cada. A petroleira é seguida da Ambev, com desvalorização de R$ 7,5 bilhões, Bradesco (R$ 6,2 bilhões) e Santander Brasil (R$ 6,2 bilhões).
O impacto foi sentido também no câmbio, com o dólar em alta de 1,33%, a R$ 5,5938 – no maior valor desde 15 de abril.
Fonte: Morning Call XP