FCDL-RS avalia que elevação de preços de combustíveis e alimentos aumenta a pressão inflacionária no setor e espera que as novas medidas que o Governo Federal deve colocar em prática ajudem a reverter esse cenário
Uma longa duração do conflito entre Rússia e Ucrânia, no Leste Europeu, pode trazer impactos negativos para o varejo brasileiro nos próximos meses. A crise entre os dois países já provocou um grande aumento dos preços do petróleo em nível mundial e, por conseqüência, a elevação dos valores dos combustíveis no Brasil.
O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul – FCDL-RS, Vitor Augusto Koch, avalia que o conflito amplia a pressão inflacionária no planeta, que já vinha crescendo em função das medidas tomadas pelos países contra a pandemia da Covid-19, que abalaram a economia mundial nos últimos dois anos.
No Brasil, a elevação dos combustíveis acaba por afetar praticamente toda a cadeia produtiva que depende quase que exclusivamente do transporte rodoviário para se movimentar.
– Os reflexos dessa crise terão impacto mais amplo em setores como o varejo de combustíveis e de alimentos, que devem ter seus preços mais elevados em breve. A gasolina e o diesel já subiram há poucos dias e isso encarece o frete. Por conseqüência, os preços de alimentos e de outros produtos também devem subir e isso não é uma notícia boa. Ainda mais em um momento no qual o país tenta se recuperar do baque que a economia sofreu em função da pandemia – argumenta Vitor Augusto Koch.
A pressão inflacionária no país deve se refletir, também, na elevação da taxa de juros básicos da economia, o que não é uma medida adequada para o setor produtivo, já que as atividades mais dependentes do crédito são afetadas negativamente neste cenário.
Um exemplo disso é a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que demonstra as pressões de custo sofridas por todos os segmentos do varejo. Nos últimos doze meses, os produtos comercializados pelo varejo foram reajustados em 12,7%, enquanto que no atacado o avanço foi de 25,4% no mesmo período, o que se reflete em um repasse de quase 50% aos preços finais aos consumidores.
– Esse cenário amplia a ansiedade de todos os comerciantes pelo anúncio de medidas, de parte do Governo Federal, para impulsionar a economia do país. A expectativa da liberação de recursos do FGTS para a população, beneficiando cerca de 30 milhões de pessoas, com previsão de injetar R$ 30 bilhões na economia, e do pagamento antecipado do 13º salário para mais de 36 milhões de aposentados e pensionistas do INSS, representando um incremento de mais R$ 56 bilhões no mercado, certamente, irão ajudar a reaquecer o consumo, avalia Vitor Augusto Koch.
O presidente da FCDL-RS lembra, ainda, que se somarmos a essas medidas outras iniciativas já em vigor, como a redução de 25% do IPI e a nova lei que determina alíquota única de ICMS para combustíveis em todo o país, podemos projetar uma rápida retomada econômica e ter um ano melhor para todos que fomentam o circulo virtuoso da economia brasileira.