Dicas e estratégias para autônomos e pequenos empresários enfrentarem o coronavírus sem ‘quebrar’

24 de março de 2020
1394 Visualizações

Os impactos econômicos do coronavírus têm levado à derrocada das bolsas de valores em todo o mundo, que já antecipam os efeitos devastadores da nova doença. Já no curto prazo, de imediato, para sermos mais precisos, são os trabalhadores informais — aqueles sem carteira assinada ou empreendedores sem registro — aqueles que deve ser mais afetados com o avanço da pandemia no Brasil.

Com a quarentena impondo o fechamento de comércios em todo o país e empresas permitindo o trabalho remoto, prestadores de serviços estão vendo sua fonte de renda ruir.

Na tentativa de ajudar esses trabalhadores a passar por essa crise de saúde e econômica sem o risco de “quebrar” seus negócios ou de reduzir sua renda, buscamos dicas do que fazer quando o mundo está entrando em quarentena. Confira!

NÃO SE DESESPERE

Pode soar simplista e óbvio, mas é fácil perder a cabeça quando sua fonte de sustento corre risco.

“O desespero não vai pagar suas contas. Se desesperar não vai fazer os negócios acontecerem nem trazer clientes”, afirma a estrategista de carreira e negócios Ell Branco, que recomenda cuidado ainda maior com as notícias falsas, que podem induzir a decisões erradas.

APROVEITE A QUARENTENA PARA SE PLANEJAR

Uma das maiores dificuldades do pequeno empreendedor e de trabalhadores autônomos é o planejamento e essa pode ser a principal razão para a “quebra” de alguns deles durante essa crise. “A maior parte dos empreendedores não está preparada para esse tipo de adversidade. A questão hoje é de saúde, mas uma lanchonete, por exemplo, em qualquer momento estaria sujeita a ter um problema de fiação e ter que fechar por um tempo, por exemplo”, conta a estrategista.

Os especialistas do Sebrae também alertam que é importante estar atento às mudanças dos hábitos de consumo, que hoje são causadas pela crise, mas podem ocorrer ao longo dos anos de forma menos abrupta.

TRACE CENÁRIOS E SE PREPARE PARA ELES

A estrategista de carreira e negócios Ell Branco explica que o autônomo ou pequeno empresário deve fazer uma avaliação do cenário geral – do país e do setor em que atua – e interno – o seu trabalho – e buscar entender como a pandemia como impactá-lo.

Para o Sebrae, é fundamental o planejamento de cenários para entender as implicações financeiras e operacionais caso a crise se estenda por um período prolongado. “Sabemos que menos de 30 dias não vai durar, então é preciso pensar nas possibilidades”, diz a estrategista. O autônomo ou pequeno empreendedor deve traçar estimativas para três períodos principais:

Cenário 1 – crise de 30 dias
Cenário 2 – crise de 45 dias
Cenário 3 – crise de 60 dias

A recomendação principal para todos os casos é: corte custos.

Para cada um desses períodos, a estrategista recomenda que o profissional liste as contas que precisará pagar e as receitas que eventualmente ainda tem para receber — mesmo para quem deixou de faturar por causa da paralisação, pagamentos parcelados ainda podem estar por vir.

Outra possibilidade é checar os serviços que trazem maior rentabilidade ao negócio e a possibilidade de mantê-los mesmo durante a quarentena.

Foi o que fez Diego Lehder, dono de uma escola de dança em Fortaleza, que está usando tecnologia e redes sociais para manter um relacionamento próximo com os cerca de 170 alunos e evitar cancelamentos de matrícula. Diego também usa plataformas de videoconferência para transmitir as aulas e manter a interação com os alunos.

Essa é uma boa saída, segundo a estrategista, que recomenda aos profissionais que listem as ferramentas que possam gerar vendas mesmo durante a quarentena. “Depois das listagens, ele deve partir para o cruzamento dos cenários e se adequar a isso”, diz Ell Branco.

Essa adequação ao novo cenário também pode ser divididas em táticas. A primeira delas é destinada a quem já tinha um planejamento para crises, mas está preocupado com o fluxo das próximas semanas.

“Essas pessoas devem minimizar os custos. O dinheiro que sobrar vira receita para um possível cenário dois”, explica a estrategista.

A tática 2 vale especialmente para os autônomos e os empreendedores que já cortaram os seus custos ao máximo: saiba o quanto precisa para sobreviver. Não é viver, é sobreviver.

“É preciso verificar o mínimo necessário para a sobrevivência. Estamos falando de um cenário de crise, e na crise a questão é de sobrevivência”, destaca a estrategista.

A tática 3 é para quem não tem – mesmo – como gerar receita durante a quarentena, está devendo e não tem como pagar.

Além de minimizar todos os custos – algo que já deveria ter sido feito antes da crise para não estar vivendo no limite -, é hora de partir para a negociação de dívidas.

É o que a costureira Werli Braz de Mendonça pretende fazer com os donos dos dois espaços em que ela mantém ateliês em São Paulo e paga aluguel. “Nesse atual cenário de crise é a hora de ligar e partir para as técnicas de renegociação”, apoia Ell Branco.

Matéria original: Valor Investe

Últimos Posts

Festa do Pinhão e Expofeira movimentam Fontoura Xavier

Festa do Pinhão e Expofeira movimentam Fontoura Xavier

De sexta-feira (19/04) até domingo (21/04), Fontoura Xavier será palco da 10ª Festa do Pinhão e da 9ª Expofeira, eventos que vão agitar o município com uma intensa programação cultural e comercial. Iniciativas conjuntas da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de...

CDL Encantado promove campanha em homenagem ao Dia das Mães 2024

CDL Encantado promove campanha em homenagem ao Dia das Mães 2024

Até o dia 12 de maio a CDL Encantado está realizando sua promoção alusiva ao Dia das Mães 2024. Além de homenagear as mamães, a iniciativa incentiva os consumidores a realizarem suas compras nos estabelecimentos comerciais do município, fomentando o comércio local. A...

Redes Sociais