Palavra do Presidente
Por volta desta época no ano passado (início de março), dias após o carnaval, o Rio Grande do Sul, junto com o Brasil passou a viver a inédita experiência do isolamento social.
Naquele começo de pandemia, ninguém sabia muito do que estava falando, o que acabou sendo uma oportunidade, outra para os políticos de carreira buscarem pelo destaque e popularidade.
Mesmo não conhecendo detalhadamente a periculosidade do vírus, rapidamente aprendemos algumas regras de prevenção ao contágio:
1- O Coronavírus é mais pesado do que o ar. Então a velha força da gravidade o leva para o chão após algum tempo de exposição ao meio ambiente. Por isto é importante o distanciamento de 1,5 metro entre as pessoas;
2-O vírus entra no corpo humano pelas vias respiratórias. Assim, uma proteção facial eficaz (máscaras e capacetes) pode prevenir a contaminação;
3-O álcool em gel a 70% mata o vírus, devendo ser usado em abundância na limpeza das mãos e objetos de uso comum;
4-A contaminação ocorre de forma mais grave nas faixas etárias acima de 60 anos;
5-As aglomerações são a forma mais rápida e eficaz de contágio.
Tomando conhecimento destas regras, o movimento lojista gaúcho rapidamente se antecipou e adotou protocolos preventivos de assepsia e distanciamento humano adequado.
Porém, os políticos preferiram o pânico romantizado do isolamento social, fechando lojas, prestadores de serviços e indústrias no Rio Grande do Sul.
O resultado desta medida desnecessária e irresponsável foi a maior crise econômica e social da história de nosso Estado, com 124 mil empregos deixando de existir entre março e junho do ano passado, em conjunto com o fechamento definitivo de cerca de 9 mil pontos comerciais.
Para socorrer os gravemente adoecidos pelo Coronavírus, nosso Estado providenciou apenas 1.100 novos leitos de UTI para atender 667.500 contaminados (média de 55,6 mil por mês de pandemia).
Somos testemunhas de grandes aglomerações em locais públicos e alguns privados, especialmente em momentos festividades, dentre as quais incluímos as eleições municipais, sem que se usasse o poder estatal de polícia para conter estes ajuntamentos humanos.
Não é surpresa, então, que a novela esteja se repetindo agora em março de 2021. Não Vale a pena ver de novo. Alguns dias após o carnaval, a contaminação novamente explode, lotando as UTIs insuficientemente preparadas para o lamentável óbvio.
Em resposta a isto, os trabalhadores e empresários – que são ocupados demais para ficarem se aglomerando – foram, mais uma vez, impedidos de exercer suas atividades.
O desastre social que está sendo novamente criado será expresso nos dados econômicos e de emprego de março na forma de dezenas de milhares de postos de trabalho extintos, ao mesmo tempo em que nas esquinas mais movimentadas das maiores cidades, cresce o número de pessoas expondo cartazes dizendo “Estou com Fome”.
Ainda há tempo de reverter este quadro. Dependemos da empatia do Governador do nosso Rio Grande do Sul. Não queremos ver de novo Sr. Governador.
Vitor Augusto Koch
Presidente da FCDL-RS