Palavra do Presidente
A recente decisão do Congresso Nacional de manter a prisão do Deputado Daniel Silveira pelo “crime” de expressar sua opinião é um lamentável indicativo dos momentos obscuros que estamos vivendo na democracia brasileira.
Se um parlamentar federal – com imunidade constitucional – não pode mais expressar livremente seus pensamentos, o que resta a nós, meros membros da sociedade civil?
Se extrapolou e pensamos que sim, o fórum de suas consequências é outro. Pelo menos, no primeiro momento.
Devemos abrir mão de nossas causas e convicções?
Se a resposta a esta questão fosse um “sim”, então nossa existência como seres de livre pensar chegaria ao fim.
Tal situação não podemos admitir, sob pena de nos tornarmos escravos.
O Rio Grande do Sul novamente está adentrando em uma fase de fechamento sumário das lojas e outras atividades produtivas por equívocos muito graves do governo estadual.
O último Decreto relacionado à condução do combate à pandemia do Coronavírus determinou a “bandeira preta” para cerca de 68% da população gaúcha.
Estamos novamente encarcerados em nossas próprias casas.
E por quê?
– Porque o Estado e vários municípios não priorizaram realmente o aumento necessário do número de leitos de UTIs;
– Porque o poder de polícia do Estado e dos municípios não impediu as verdadeiras causas de contaminação: aglomerações, sem o uso de máscara, em lugares públicos; e fiscalização relapsa nos poucos estabelecimentos que não respeitaram os protocolos de distanciamento social;
– Porque trataram o Coronavírus como um objeto de politicagem e não de política de saúde pública.
O resultado de tais irresponsabilidades recai sobre os varejistas e outros empresários que fazem todos os esforços para continuar com seus negócios em funcionamento.
Se paramos de faturar, não temos como continuar pagando nossas obrigações.
O auxílio emergencial acabou (mesmo que volte em março será bem menor).
As flexibilizações dos contratos de trabalho para manter empregos estão no seu limite.
As empresas não chegaram a se recuperar das perdas dos lockdowns iniciados em março do ano passado.
A se manter este grave equívoco de fechar o comércio, não é difícil antecipar que o nosso Rio Grande do Sul retomará seu caminho na direção da pior das pandemias:
– A miséria;
– A fome;
– O desemprego;
– As falências generalizadas.
Os lojistas sempre foram zelosos em respeitar e divulgar as medidas de prevenção à contaminação pelo Coronavírus.
O comércio formal não é foco de aglomeração e contágio!
O Decreto tem força de Lei e somos obrigados a acatá-lo.
Contudo, não seremos calados.
O que está sendo feito com o comércio varejista e a economia gaúcha está errado; muito errado.
A voz do Movimento Lojista gaúcha vai mostrar sua força.
Iremos até as últimas consequências legais para reverter a decretação do fechamento das lojas, sobre o que sequer fomos ouvidos pelo Governador Eduardo Leite.
Agindo desta forma – e sem imunidade parlamentar de livre expressão (que aparentemente deixou de existir) – queremos salvar nossas lojas e o Rio Grande do Sul da bancarrota e suas lamentáveis consequências.
Vitor Augusto Koch
Presidente da FCDL-RS