Palavra do Presidente
Gaúchas e Gaúchos tem motivos inapeláveis para se orgulhar de sua história. Berço de personagens e movimentos históricos que redirecionaram o destino do Brasil e fundamentaram a célebre frase:
-“Sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra”.
De algumas décadas para cá, a maioria dos protagonistas da história gaúcha se desviaram de caminhos virtuosos que conduziriam a população estadual na direção de melhores patamares de prosperidade. Segundo o IBGE, em 1939 a economia gaúcha gerava 9,08% do PIB nacional. Esta participação caiu para 7,43% em 2000; 6,73% em 2010; e 6,4% em 2017.
Considere-se que este recuo de relevância produtiva ocorreu da forma mais aguda no pior período da performance econômica brasileira. Fomos pior que os piores. Neste aspecto, financeiramente , o poder público estadual não teria do que reclamar: entre 2014 e 2019, no epicentro da recessão econômica, a arrecadação de impostos aumentou 9,28%, descontada a inflação.
De maneira simples, estes números são o resumo da história tributária gaúcha: enquanto a população e as empresas empobreceram, o executivo estadual insistiu em aumentar a carga fiscal.
E é este o principal motivo da decadência do Rio Grande do Sul. A medida em que pagamos mais impostos, vamos perdendo o poder de gastar e investir, travando assim a dinâmica das relações econômicas e perdendo competitividade de mercado. A justificativa para aumentar impostos é sempre a mesma: necessidade de equilibrar as contas estaduais.
Pensemos juntos: se por mais que tiremos dinheiro de nossos bolsos para depositar no tesouro do governo gaúcho, o “tal” equilíbrio nunca é alcançado; será que o problema do executivo estadual é falta de dinheiro ou seria a incapacidade de gastar este dinheiro com responsabilidade? É de conhecimento que a resposta correta é a ultima alternativa.
Chamamos a atenção disto porque o governo do Rio Grande do Sul, ao mesmo tempo em que impede a produção privada por conta de um combate equivocado à pandemia do Coronavírus, usa de artifícios retóricos de uma reforma fiscal PARA AUMENTAR OS IMPOSTOS AINDA MAIS.
É mais do que passada hora de dar um basta nisto! O Rio Grande do Sul deve voltar a pertencer aos gaúchos e não ao governo gaúcho. Inadmissível ser ainda mais afetado por uma estrutura estatal que pouco ou nada acrescenta na vida dos Gaúchos diante dos elevados valores de impostos que pagamos.
Neste 2020, empresários, profissionais liberais e trabalhadores do setor privado estão sendo conduzidos para uma situação de miséria por serem impedidos de produzir pelas diretrizes de isolamento social impostos pelo próprio governo estadual. Ao mesmo tempo, tentam aumentar os impostos. Seria inacreditável, se não fosse a realidade apresentada.
Se a Assembleia Legislativa optar por aprovar tal despropósito, o caminho de nosso pujante Rio Grande do Sul será a rápida transformação em uma terra desolada que desonrará seus antepassados e descendentes.
Vitor Augusto Koch
Presidente da FCDL-RS