FCDL-RS destaca que o apelo emocional da data e o fato das lojas voltarem a abrir as portas na maior parte do estado são fatores que podem amenizar, um pouco, a crise no setor
O mês de maio é, tradicionalmente, o melhor período para vendas do varejo gaúcho no primeiro semestre do ano, muito em função da celebração do Dia das Mães. Em 2020, no entanto, a pandemia global da Covid-19 não vai permitir que isso aconteça.
Embora não existam parâmetros para avaliar a queda nas vendas na comparação com o mesmo período de 2019, pelo ineditismo da situação, é fato que isso vai acontecer.
Por isso, até que exista a normalização da atividade de todos os segmentos do setor produtivo, a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul – FCDL-RS entende que o resultado das vendas de cada mês e data comemorativa será analisado sob a ótica de dois parâmetros básicos, o percentual de lojas abertas e os efeitos derivados dos estabelecimentos fechados em matéria de geração e circulação de renda.
Com lojas abertas em quase todos os municípios do Rio Grande do Sul, exceção as que se encontram em 99 cidades das regiões de Passo Fundo e Lajeado, por determinação dos critérios estabelecidos pelo governo estadual, é possível esperar que se inicie uma reação positiva nas vendas por conta do apelo emocional do Dia das Mães. Ainda assim, neste momento, quantificar algum resultado seria precipitado, visto que não existem dados confiáveis sobre os danos causados ao ambiente econômico pela política de isolamento social iniciada em março.
A FCDL-RS realizou, no mês passado, pesquisa junto a sua base lojista, estimando, a partir das respostas obtidas, uma queda do emprego no varejo da ordem de 44,5 mil vagas e o fechamento de 6,5 mil lojas entre 15 de março e 15 de abril.
Aos lojistas que conseguirem trabalhar neste início de maio, a FCDL-RS recomenda fortemente o uso de promoções, sempre associadas ao uso do SPC, quando se tratar de vendas à prazo por crédito próprio, lembrando que estamos diante de uma forte escalada da inadimplência por conta do abruto recuo da circulação de renda na economia gaúcha.
A prioridade da FCDL-RS, neste momento, é viabilizar um futuro melhor para os lojistas. Por isso, a Federação mantém seu posicionamento de que a economia, especialmente o comércio, não pode parar. O uso obrigatório de máscaras, de procedimentos de higiene e ocupação racional de espaços, caso obedecidos, tem, segundo os especialistas, o poder de reduzir as chances de contaminação da Covid-19 para níveis muito baixos.
A entidade acredita que é este o caminho a ser seguido para evitar um caos econômico ainda maior, que pode levar a sociedade gaúcha a um empobrecimento de patamares inéditos e de difícil recuperação no curto e médio prazos. É preciso restabelecer as atividades produtivas o quanto antes, sempre respeitando as diretrizes voltadas à mitigação de riscos de contaminação pela Covid-19.